Chrysti – Capítulo 5
Mudei o meu visual, como eu era conhecida como a dama da noite, deveria ser mais poderosa do que nunca.
Uma roupa preta. Essa era minha marca registrada, roupa preta, muito justa, quase não entrava nela, maquiagem muito escura. Meus cabelos já não eram mais loiros e cacheados, eu pintava de preto e estava muito liso e mais curto. Os sapatos eram de salto muito alto e também preto, a meia calça era rasgada e as bijuterias muito grandes e pesadas.
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Quando eu chegava em casa por volta das sete horas da manhã, a “coisa” estava dormindo, eu passava longe do seu quarto, não queria nem ouvir a sua voz.
Um dia, cheguei em casa e não tinha ninguém. Resolvi deitar e dormir porque estava muito cansada, tinha feito cerca de cinco programas naquela madrugada e meu corpo estava quebrado, além da bebida.
Quando acordei já era noite novamente, tinha que me preparar para o trabalho. Levantei, tomei meu banho, bebi um copo de uísque e coloquei minha roupa preta.
Olhei para a porta do banheiro e lá estava a “coisa” me observando. Fingi que não a conhecia. Por onde eu andava a coisa ficava me olhando como se quisesse se aproximar de mim. Eu pensava se isso chegar perto eu mato ela.
- Eu fui para o hospital, fiquei com dor hoje.
Fingi que não a ouvi falar.
- Eu fui para o hospital, fiquei com dor hoje. Continuou insistindo a “coisa” de três anos.
Peguei minha bolsa e sem olhar para traz fui para minhas noitadas. Estava sentindo ódio daquela situação.
Naquela noite fui apresentada ao crack, onde foi o meu companheiro por muito tempo.
Crack é uma droga, geralmente fumada, feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio. É uma forma impura de cocaína e não um sub-produto.
Comecei a fumar o crack numa lata de alumínio. A fumaça produzida pela queima da pedra de crack que chegava ao meu sistema nervoso central em dez segundos, seu efeito durava de 3 a 10 minutos, com efeito de euforia mais forte do que o da cocaína, depois eu ficava com muita depressão, onde tinha que fumar novamente para tirar aquela sensação ruim que a depressão causava. Fiquei dependente…
Todo dinheiro que eu ganhava era para compra o crack. Eu sempre dizia para todos:
-Ninguém tem nada a ver com minha vida, quando eu quiser, eu paro.
Esse era o meu pensamento, eu acreditava que tinha domínio sobre mim, que era a dona da verdade.
Passei a ter alucinações e paranóia. Sempre que usava o crack via pessoas me perseguindo. Elas se escondiam atrás das arvores, dos postes, apareciam do nada e corriam atrás de mim. Eu via coisas estranhas atrás de mim…
Um dia acordei na praia pela manhã, estava toda suja e sem roupas. Meu cabelo estava muito embaraçado, minhas unhas com sangue, meu corpo dolorido.
Minhas roupas estavam jogadas ao meu lado, meus braços com grandes arranhões, provavelmente eu mesma os tinha feito, estava com uma unha quebrada. A depressão era profunda. Lembrava-me de minha mãe… Coloquei as roupas sujas e descalça fui para casa.
Andei quilômetros para chegar em casa, não sabia como tinha ido parar tão longe, afinal o ponto que eu ficava era perto e não tão longe.
Um comentário:
NOSSA A VIDA DESSA MENINA E UM DRAMA QUERO VER O FINAL DESSE FATO..
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